Leitores e comentaristas do Setor Tremembé participam de palestra com jornalista da CBN na Paróquia São Pedro
Por Edmilson Fernandes
No dia 07 de dezembro, cerca de 100 pessoas participaram de um encontro de formação de leitores e comentaristas na Paróquia São Pedro Apóstolo, do Tremembé. A palestra foi conduzida pelo jornalista Milton Jung, da Rádio CBN de São Paulo. Com 35 anos de experiência no rádio e na TV, Milton é autor de vários livros sobre comunicação e um dos mais conceituados palestrantes do Brasil. Ele é católico e participa da Paróquia Santa Suzana, na Zona Sul de São Paulo. Foram convidadas todas as paróquias do Setor Tremembé: São Domingos Sávio, Santa Joana D’Arc, Santa Rosa de Lima, Nossa Senhora de Fátima e Nossa Senhora Aparecida. Leitores e comentaristas das comunidades Santa Rosa de Lima e Nossa Senhora Aparecida, que pertencem à Paróquia São Pedro, também participaram do encontro, promovido pela equipe de Liturgia e pela Pascom e realizado no auditório do Colégio Santa Gema, das irmãs Passionistas.
Durante duas horas, o jornalista Milton Jung deu dicas imprescindíveis de como melhorar a comunicação na Igreja.
O poder da Palavra
A palestra de Milton Yung foi recheada de histórias para ajudar na compreensão da mensagem. Uma das primeiras que ele contou foi sobre dois fundadores do Twitter que foram demitidos do comando da empresa porque não mostravam o que faziam aos acionistas. “Comunicação equivale a acender uma tocha na caverna escura. É mostrar às claras o que se faz. O outro sabe se pode ajudar você. O outro colabora. Será que já acendemos a nossa tocha onde estamos atuando na Igreja ou estamos dentro de uma caverna escura? Muitas vezes se faz um trabalho excelente na Paróquia, mas ninguém fica sabendo.”
Excesso de informação
Milton Jung lembrou que agora, como em nenhuma outra época da História, somos bombardeados por uma enxurrada de informações. “Em 30 anos, quintuplicou a quantidade de informações que recebemos a cada dia” (Daniel Levitin, neurocientista). “A pessoa está tão viciada no celular que quando acorda, em vez de dar um beijo na mulher, vai ver as notificações do celular”, brincou. “Sofremos de ansiedade informacional. Por isso o tempo inteiro estamos querendo a resposta das mensagens do WhatsApp. Publicamos uma foto no instagram ou no Facebook e ficamos olhando para ver se alguém curte. O like virou alimento pra gente. O problema é que precisamos da aprovação do outro.” Milton falou sobre isso para explicar que atualmente só observamos o superficial e temos que levar em conta essa realidade na hora de passar uma mensagem na igreja.
Comunicação eficiente
Você pode inspirar o outro graças à mensagem que você vai transmitir. Depende do jeito como a informação é passada. Isso serve para uma conversa, um aviso no final da missa ou na proclamação da Palavra. O jornalista da CBN destacou que a comunicação eficiente é baseada em três pilares: conhecimento, habilidade e atitude. O conhecimento é estudo. A habilidade se adquire com treino. “Tenho 35 anos de jornalismo e estou há 35 anos treinando. Quando termina o programa, fico pensando no que poderia ter sido melhor. A gente não nasce com dom. Temos que treinar. Assim também é para fazer a leitura na Missa.” A atitude é acreditar que vai conseguir fazer uma coisa e ter a coragem de tomar a iniciativa. É vencer o medo de falar em público. Tomar consciência dos próprios limites, se preparar, mas entrar em ação.
Dicas
Durante a palestra, Milton Jung mostrou exemplos que ilustram bem como deve ser a nossa comunicação na hora de fazer uma leitura, um comentário ou dar um aviso no final da Missa. Precisamos falar simples, objetivo e direto e ter uma postura condizente com a nossa fala. “Durante o discurso, as pessoas são mais impactadas pelo nosso gestual do que pela nossa fala”.
Escutar o outro
Milton Jung mostrou um vídeo em que o Papa Francisco iria fazer um discurso para um grupo de jovens. Em vez de ler as cinco páginas que havia preparado, o Papa decide conversar com o grupo. Ao ouvir a pergunta de uma criança, o líder máximo da Igreja dirige o rosto para ela e mostra que está atento. É como se dissesse: “quero ouvir você falar”. “Numa conversa, mostre-se aberto. Às vezes você vai falar com uma pessoa e ela já começa a andar. Não quer nem ouvir o que o outro tem para dizer. Isso não é comunicação. Escutar o outro é fundamental”, ponderou.
Milton concluiu a palestra com a seguinte frase: “Comunicação não é o que o que eu digo, mas o que vocês entendem.”
“A comunicação tem o poder de criar pontes, favorecer o encontro e a inclusão, enriquecendo assim a sociedade. Como é bom ver pessoas esforçando-se por escolher cuidadosamente palavras e gestos para superar as incompreensões, curar a memória ferida e construir paz e harmonia”.
(Frase do Papa Francisco destacada pelo jornalista durante a palestra)